domingo, 27 de maio de 2012

Entenda um pouco mais sobre Doença Celíaca

          O glúten é a principal proteína presente no trigo, na aveia, centeio, cevada e no malte (subproduto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, bebidas e outros produtos.
          Algumas pessoas apresentam uma “intolerância” permanente ao glúten, chamada doença celíaca.
          A doença celíaca é conhecida desde o Século XI, mas foi só em 1888 que Samuel Gee, um pesquisador inglês, a descreveu em detalhes e achou que as farinhas poderiam ser as causadoras da moléstia. Em 1950, Dicke, um pediatra holandês, observou que durante a guerra, quando o pão esteve escasso na Europa, diminuíram os casos de doença celíaca. Três anos depois ele conseguiu comprovar sua teoria, deixando claro o papel do glúten na provocação da doença.
           A doença celíaca é uma doença autoimune com predisposição genética, por isso é muito comum encontrar vários celíacos numa mesma família. Nestes casos, o glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado, prejudicando a absorção dos nutrientes.
          Na sua apresentação clássica, os sintomas podem ser diarreia ou prisão de ventre, anemia, perda de peso, aftas, problemas digestivos, gases, barriga estufada, enjoos e vômitos, problemas na pele como dermatite herpetiforme ou psoríase, baixa estatura, etc. No entanto, estes sintomas podem variar de um indivíduo para outro. Mas a forma mais comum de manifestação da celíaca é a assintomática (sem sintomas aparentes). Pode estar associada a infertilidade, diabetes, obesidade, osteoporose, problemas de tireoide, artrite, depressão, irritabilidade, déficit de atenção, linfomas, câncer e outros.

          O tratamento para a doença celíaca consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten.

Alimentos permitidos:

Nunca compre produtos a granel!

Leia sempre o rótulo e a lista de ingredientes toda vez que for comprar o produto, mesmo que já o conheça

Farinhas permitidas:

  • Creme de Arroz ou Milho
  • Farinhas de Arroz, Milho, Mandioca ou Banana
  • Flocos de Arroz, Milho e Quinoa ou Quinua
  • Féculas de Batata ou Mandioca
  • Polvilhos Azedo ou Doce
  • Araruta
  • Fubá ou fubá de canjica
  • Amido de milho ou arroz
  • Tapioca ou beiju
  • Sagu
  • Canjica
  • Canjiquinha

Alimentos:

  • Arroz, feijão, milho, soja, grão de bico, ervilhas
  • Macarrão de arroz, soja ou feijão
  • Frutas secas (ameixa, passas, damasco, banana etc)
  • Castanhas, nozes, amendoins
  • Sementes de linhaça, abóbora, papoula, girassol, gergelim
  • Amaranto
  • Quinoa ou Quinua
  • Frutas no geral
  • Legumes e verduras
  • Batatas, cenouras, beterraba, mandioca

Bebidas permitidas:

Todas que não contém em sua formulação nenhum dos alimentos proibidos nem seus derivados.

Carnes:

  • Todas, desde que não sejam empanadas ou preparados com algum ingrediente que contenha glúten, por exemplo, industrializados como temperos, molhos e caldos.

Orientações importantes:

          O tratamento fundamental é a exclusão total dos alimentos e seus derivados que contenham glúten, isto é: TRIGO, CENTEIO, CEVADA e AVEIA. Em alguns casos os celíacos também são intolerantes à LACTOSE, sendo necessário um exame clínico adequado para determinar este diagnóstico. De qualquer forma, é necessário que os seguintes cuidados sejam tomados:
  • Somente compre produtos alimentícios produzidos em padarias ou supermercados que tenham local separado para produção de alimentos sem glúten, por causa da contaminação ou traços de glúten.
  • Separe uma esponja ou bucha para lavar os utensílios de preparação sem glúten. Sempre lave bem toda a louça para não haver contaminação.
  • Não reutilize o óleo de frituras de alimentos com glúten, pois ele já está contaminado. Da mesma forma, procure se informar nos restaurantes se o óleo utilizado é novo.
  • Não coloque no forno ao mesmo tempo alimentos com e sem glúten.
  • Utilize vidros ou vasilhames dosadores para acondicionar geleia, mel, requeijão, maionese, manteiga ou margarina, ou qualquer outro produto de uso comum, evitando assim a contaminação ou traços de glúten.
  • Luvas cirúrgicas e preservativas podem conter farinha de trigo na embalagem, entre em contato com o fabricante para melhores esclarecimentos.
  • Aos católicos é sugerida a comunhão na espécie do vinho, já que a hóstia contém glúten.
  • Não comer alimentos ou recheios que sejam preparados com glúten e seus derivados.
          Tenha sempre muito cuidado ao consumir produtos industrializados pois eles podem ter sofrido contaminação por glúten:

  • no processo de fabricação, já que podem fabricar produtos com glúten e sem glúten no mesmo maquinário ou no mesmo ambiente.
  • alguns fabricantes desconhecem sobre alimentos sem gluten e adicionam ao rótulo informações erradas, então leia sempre o rótulo a procura da inscrição" contém "ou" não contém glúten"), bem como a lista dos ingredientes. Na dúvida, não compre ou ligue para o SAC( Serviço de Atendimento ao Consumidor).
  • a indústria pode modificar a composição do produto, portanto, leia todo o rótulo, antes de adquirir, mesmo sendo um produto que você tenha costume de comprar.
  • deve-se dar atenção também aos alimentos e produtos farmacêuticos que utilizam amido de trigo como ingrediente em suas formulações. Para isso, o paciente celíaco deve ser orientado quanto à composição dos medicamentos prescritos para ele, pois o glúten pode estar presente como excipiente nas cápsulas, comprimidos ou suspensões orais.


Fontes:
Sem Glúten com Afeto. Daniela Cota Carvalho Psicóloga Clínica e Facilitadora de Biodanza. Há 10 anos faz dieta isenta de glúten e vem desenvolvendo diversas receitas e produtos caseiros sem glúten.
Vida Sem Glúten. Raquel Benati e Flávia Anastácio de Paula. ACELBRA – RJ.
http://www.acelbramg.com.br/

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