Algumas pessoas
apresentam uma “intolerância” permanente ao glúten, chamada doença celíaca.
A doença celíaca é
conhecida desde o Século XI, mas foi só em 1888 que Samuel Gee, um pesquisador
inglês, a descreveu em detalhes e achou que as farinhas poderiam ser as
causadoras da moléstia. Em 1950, Dicke, um pediatra holandês, observou que
durante a guerra, quando o pão esteve escasso na Europa, diminuíram os casos de
doença celíaca. Três anos depois ele conseguiu comprovar sua teoria, deixando
claro o papel do glúten na provocação da doença.
A doença celíaca é
uma doença autoimune com predisposição genética, por isso é muito comum
encontrar vários celíacos numa mesma família. Nestes casos, o glúten agride e
danifica as vilosidades do intestino delgado, prejudicando a absorção dos nutrientes.
Na sua apresentação clássica,
os sintomas podem ser diarreia ou prisão de ventre, anemia, perda de peso,
aftas, problemas digestivos, gases, barriga estufada, enjoos e vômitos,
problemas na pele como dermatite herpetiforme ou psoríase, baixa estatura, etc.
No entanto, estes sintomas podem variar de um indivíduo para outro. Mas a forma
mais comum de manifestação da celíaca é a assintomática (sem sintomas aparentes).
Pode estar associada a infertilidade, diabetes, obesidade, osteoporose, problemas
de tireoide, artrite, depressão, irritabilidade, déficit de atenção, linfomas,
câncer e outros.
O tratamento para a doença
celíaca consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten.
Alimentos permitidos:
Nunca compre produtos a granel!
Leia sempre o rótulo e a lista de ingredientes toda vez que for comprar o
produto, mesmo que já o conheça
Farinhas permitidas:
- Creme de Arroz ou Milho
- Farinhas de Arroz, Milho, Mandioca ou Banana
- Flocos de Arroz, Milho e Quinoa ou Quinua
- Féculas de Batata ou Mandioca
- Polvilhos Azedo ou Doce
- Araruta
- Fubá ou fubá de canjica
- Amido de milho ou arroz
- Tapioca ou beiju
- Sagu
- Canjica
- Canjiquinha
Alimentos:
- Arroz, feijão, milho, soja, grão de bico, ervilhas
- Macarrão de arroz, soja ou feijão
- Frutas secas (ameixa, passas, damasco, banana etc)
- Castanhas, nozes, amendoins
- Sementes de linhaça, abóbora, papoula, girassol, gergelim
- Amaranto
- Quinoa ou Quinua
- Frutas no geral
- Legumes e verduras
-
Batatas, cenouras, beterraba, mandioca
Bebidas permitidas:
Todas que não contém em sua formulação nenhum dos alimentos proibidos nem seus derivados.
Carnes:
- Todas, desde que não sejam empanadas ou preparados com algum ingrediente que contenha glúten, por exemplo, industrializados como temperos, molhos e caldos.
Orientações
importantes:
O tratamento
fundamental é a exclusão total dos alimentos e seus derivados que contenham
glúten, isto é: TRIGO, CENTEIO, CEVADA e AVEIA. Em alguns casos os celíacos
também são intolerantes à LACTOSE, sendo necessário um exame clínico adequado
para determinar este diagnóstico. De qualquer forma, é necessário que os
seguintes cuidados sejam tomados:
- Somente compre produtos alimentícios produzidos em padarias ou supermercados que tenham local separado para produção de alimentos sem glúten, por causa da contaminação ou traços de glúten.
- Separe uma esponja ou bucha para lavar os utensílios de preparação sem glúten. Sempre lave bem toda a louça para não haver contaminação.
- Não reutilize o óleo de frituras de alimentos com glúten, pois ele já está contaminado. Da mesma forma, procure se informar nos restaurantes se o óleo utilizado é novo.
- Não coloque no forno ao mesmo tempo alimentos com e sem glúten.
- Utilize vidros ou vasilhames dosadores para acondicionar geleia, mel, requeijão, maionese, manteiga ou margarina, ou qualquer outro produto de uso comum, evitando assim a contaminação ou traços de glúten.
- Luvas cirúrgicas e preservativas podem conter farinha de trigo na embalagem, entre em contato com o fabricante para melhores esclarecimentos.
- Aos católicos é sugerida a comunhão na espécie do vinho, já que a hóstia contém glúten.
- Não comer alimentos ou recheios que sejam preparados com glúten e seus derivados.
Tenha sempre muito
cuidado ao consumir produtos industrializados pois eles podem ter sofrido
contaminação por glúten:
- no processo de fabricação, já que podem fabricar produtos com glúten e sem glúten no mesmo maquinário ou no mesmo ambiente.
- alguns fabricantes desconhecem sobre alimentos sem gluten e adicionam ao rótulo informações erradas, então leia sempre o rótulo a procura da inscrição" contém "ou" não contém glúten"), bem como a lista dos ingredientes. Na dúvida, não compre ou ligue para o SAC( Serviço de Atendimento ao Consumidor).
- a indústria pode modificar a composição do produto, portanto, leia todo o rótulo, antes de adquirir, mesmo sendo um produto que você tenha costume de comprar.
- deve-se dar atenção também aos alimentos e produtos farmacêuticos que utilizam amido de trigo como ingrediente em suas formulações. Para isso, o paciente celíaco deve ser orientado quanto à composição dos medicamentos prescritos para ele, pois o glúten pode estar presente como excipiente nas cápsulas, comprimidos ou suspensões orais.
Fontes:
Sem Glúten com Afeto. Daniela Cota Carvalho Psicóloga
Clínica e Facilitadora de Biodanza. Há 10 anos faz dieta isenta de glúten e vem
desenvolvendo diversas receitas e produtos caseiros sem glúten.
Vida Sem Glúten. Raquel Benati e Flávia
Anastácio de Paula. ACELBRA – RJ.
http://www.acelbramg.com.br/
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